AO EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA $[processo_vara] VARA DO TRABALHO DE $[processo_comarca] - $[processo_uf] Processo nº $[processo_numero_cnj] $[parte_autor_nome_completo], já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem a presença de Vossa Excelência, por seu Procurador signatário, DIZER E REQUERER, nos termos que seguem: O reclamante, desde que começou a desempenhar atividades de manobrista em horário noturno de trabalho na empresa reclamada, vivenciou intenso stress profissional, devido a excessiva pressão de trabalho, com exigência patronal de acúmulo de tarefas no limite do insuportável para o corpo humano aguentar. O reclamante era o único motorista à noite para fazer todas as inúmeras e invencíveis tarefas, tais como: - engatar e desengatar cerca de 300 carretas por noite; - tirar as carretas "cross" para a rua (carretas carregadas com promoções para o Supermercado $[geral_informacao_generica], em média umas três ou quatro por noite); - Descarregar outras carretas que não estavam nas docas, do motorista que chegava de viagem (cerca de duas por noite); Das 19 às 24hs o reclamante chegava no CD (Centro de Distribuição), revisava os caminhão. Também revisava as carretas que estavam na "doca" (onde encostavam a carreta de ré para carga), em média umas dez. Dirigia-se ao estacionamento para buscar as carretas vazias para trazer para as docas. Trazia mais umas 10 carretas. Tirava as cheias, lacrava e colocava no estacionamento dentro do pátio. Só encostava as carretas para descarga. Depois das 24hs jantava rapidamente no caminhão a refeição que trazia de casa, e saía as pressas para levar os "cross" para o Mercado $[geral_informacao_generica]. Largava os "cross", pegava as carretas vazias (cerca de 4 por noite) e levava na garagem em frente a sede da empresa no Bairro $[geral_informacao_generica], nesta cidade. Calibrava os pneus e se tivesse algum furado já deixava na borracharia. Voltava para o bairro $[geral_informacao_generica] com o caminhão que calibrou e varria a carreta deixando-a pronta para a carga do dia seguinte. A reclamada sequer considerou a idade do reclamante para exigir tantas tarefas a serem cumpridas, com trabalho em jornada extremamente extensa, além de xingamentos constantes do superior, quando ousava reclamar do excesso de tarefas e pedia que colocassem outro funcionário para auxiliá-lo à noite. Nas palavras de Lipp (1996, p. 20)[1]: "o estresse é definido como uma reação do organismo com componentes físicos e/ou psicológicos causada pelas alterações psicofisiológicas que decorrem quando as pessoas se confrontam com uma situação que, de algum modo ou de outro, o irrite, amedronte, excite, ou confunda ou mesmo que as façam imensamente felizes". Em pesquisa por renomada psicóloga em controle do stress, psicoterapeuta, especialista e doutora no assunto, Dra. Marilda Novaes Lipp em seu artigo escrito em 1994[2] relata as possíveis reações físicas e emocionais …